terça-feira, 19 de dezembro de 2006



ALL QUIET IN THE NORTHERN TOWN
Em tempos de polémica com a anunciada entrega da gestão do Rivoli a Filipe La Féria a partir de Maio de 2007, foi com bastante curiosidade que lemos hoje no Jornal de Notícias um artigo sobre a conjugação de esforços e estratégias de 3 salas de espectáculos do Minho que não distam mais de 20 quilómetros entre elas: o Theatro Circo em Braga, a Casa das Artes em V.N.Famalicão e o C.Cultural Vila Flor em Guimarães. Espaços recentes ou modernizados, bem equipados que apostam em programações amplas e pertinentes. Anunciam-se, para já, no ínício do ano, concertos de Yann Tiersen, Bred Medlhau, Micah P. Hinson, etc. e outros com toda a certeza se seguirão. Público para todos eles? Existe e muito dele partirá, como nós, do Porto até lá para jantar na cidade, ver os concertos e quem sabe tomar um copo a seguir...

Mas então e no Porto? Numa rápida consulta à programação da Casa da Música de Janeiro e Fevereiro não existe um único nome agendado na área pop-rock, eléctrónica ou alternativa. Uma desilusão. No Coliseu e Cinema Batalha, ao que sabemos, o mesmo panorama desolador... Para uma cidade que foi capital da cultura europeia à cinco anos atrás, que tem um dos melhores equipamentos culturais do país (da Europa?) construído para o efeito, que recuperou e se empenhou e empenha na manutenção do Coliseu, do Batalha, do Sá da Bandeira já para não falar noutras salas completamente esquecidas como o Carlos Alberto e o Cinema Terço, trata-se de uma situação insustentável e até incompreensível.

Se quisermos fazer a célebre e eterna comparação com Lisboa, então aí perdemos por KO: Scissor Sisters, Beyoncé, Bloc Party, Nine Inch Nails (três concertos!!!), Dave Mathwes Band, etc, etc, são tudo nomes já agendados ao longo do ano para a capital. Desta colheita é certo que nem todos os nome vão ao encontro dos nossos gostos, mas representam a tal variedade que só uma grande cidade consegue oferecer. Da escolha que fizemos dos melhores concertos de 2006 aqui neste blog, os seis primeiros realizaram-se em Lisboa, Braga, Famalicão ou Paredes de Coura... e não é pelo Rollling Stones terem tocado no Dragão que a penúria se altera. A cidade perdeu festivais (o Imperial, o Cosmopolis, o SuperBock SuperRock) e os que subsistem perderam impacto (p.ex. o Festival de Jazz do Porto e o Inter-Céltico). Com locais como o Parque da Ciade ou até o magnífico Parque de Serralves, que já provaram que podem receber concertos de Verão, faz falta uma verdadeira iniciativa ao ar livre que inicie a recuperação. Falta consistência, continuidade e, certamente, arrojo. Bem ditas auto-estradas A3 e A1!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Então anota aí no quadro eléctrico, para não passar ao lado: 10/03/07 Susheela Raman, em Guimarães no CCVF. Tá a comprar /cravar os bilhetinhos, vamos...

Anónimo disse...

Are we there yet?