segunda-feira, 10 de novembro de 2008

JOAN AS POLICE WOMAN, Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, 08 de Novembro de 2008

Tal como no último disco, foi “Honor wishes” a abrir o concerto, com uma Joan Wasser sozinha ao piano, ultra-chique no seu vestido comprido, mas notoriamente um pouco nervosa. O tamanho e imponência da sala surpreenderam, certamente, a cantora e restantes músicos, talvez pouco habituados a estes deslumbramentos. Este constrangimento, não permitiu, ao longo da noite, uma maior à-vontade na relação com a plateia, sendo alguma da frieza cortada com histórias contadas pela própria Joan (como a de uma “relação” não programada com um amigo no concerto portuense de Rufus em 2005 ou o contar estranho do argumento do filme “Dark Crystal” que ninguém percebeu...). Quanto à musica e com a cumplicidade de um experiente baixista e baterista, o alinhamento preveligiou o seu último disco, mas os temas mais fortes - “The Ride”, “Eternal Flame ou “I Defy” - do primeiro álbum, não foram esquecidos. Apesar de tocar guitarra nalgumas das canções, é ao piano que a artista melhor se expressa. Como pode alguém adormecer (Joan afirmou sarcasticamente que levaria a mal se alguém o fizesse...) ao longo de “To Survive”, tema título do mais recente disco, lindíssimo na interpretação e que dá vontade de fechar os olhos, mas sim para sonhar... Um dos maiores momentos da noite a que se junta "Start of My Heart" e um orgão arrebatador. Antes do fim, ainda tempo para o já clássico dueto “To America”, no original com o amigo Rufus Wainwright, mas aqui numa versão a três algo estranha. Esta foi, com certeza, uma das primeiras interpretações deste tema na era pós-Bush, facto devidamente realçado com euforia e satisfação ("yeeeeeeeesss"!) por uma esperançada Joan, habituada a introduzir a canção em tons críticos em relação à política do seu país. No encore, destaque para um magnífico tema (qual?) com o baixista Timo Ellis num distorcido ukelele eléctrico, instrumento com o qual gravou já um álbum inteiro! Seguiram-se os habituais autógrafos e promoções, culminando um concerto simpático e que um espaço mais pequeno e informal transformaria numa noite memorável!

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