terça-feira, 17 de maio de 2011

(RE)LIDO #31











 




KEEP ON RUNNING: 
THE STORY OF ISLAND RECORDS
Edited by Chris Salewicz. London: The Island Trading Co Ltd. 2009
Os 50 anos da editora inglesa Island Records foram comemorados em 2009 com pompa e circunstância. Entre concertos e raridades, destacou-se ainda a produção de um documentário alusivo por parte da BBC e uma magnífica exposição em Londres na loja da Phonica Records. Merece também realce a edição deste álbum ilustrado com contribuições de mais de uma dezena de especialistas e a reprodução de múltiplas capas de discos e fotografias inéditas. Contam-se diversas e saborosas histórias de lendas tão diferentes como Bob Marley, U2 ou Nick Drake, numa casa reconhecidamente mítica e uma das principais labels da história da música. A palmeira que lhe serve de símbolo é quase sempre sinónimo de qualidade, embora mais recentemente  os mais puristas se tenham sentido um pouco baralhados com a chegada das Sugababes, de Mika ou dos Keane. Para trás, os U2 já tinham detonado o sucesso mundial, o que permitiu à pink label diversificar o catálogo de artistas: Grace Joens, Tom Waits, Marianne Faithfull, B-52', Robert Palmer, PJ Harvey ou Tricky, mas também continuar a apostar em novas sonoridades, arriscando gravar King Sunny Adé, Salif Keita e Baaba Maal. A ZE Records, uma subsidiária da casa mãe e a ZTT Records, não são esquecidas e as capas reproduzidas trouxeram-nos inúmeras recordações de discos comprados na Valentim de Carvalho de 31 de Janeiro de artistas como Anne Pigalle, Art of Noise e Kid Kreole. Importante também o papel da editora na afirmação da chamada folk inglesa de setenta (John Martin, Cat Stevens, Sandy Denny, Richard Thompson, etc.) onde ganha particular importância o texto que Joe Boyd escreve sobre a descoberta de Nick Drake e o assumir da sua óbvia eternidade. Se pensarmos que hoje esta corrente é uma das principais "fontes" dos Fleet Foxes, Grizzly Bear ou Midlake não é difícil concordar com ele. Sem ser exaustivo, estamos perante um livro magnífico e de enorme qualidade gráfica, mas o peso e dimensão patrimonial da Island não poderia caber em 220 páginas. O que vale, aos poucos, outras historietas vão emergindo...        

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