quarta-feira, 20 de junho de 2012

MEMORABILIA #13





















O terceiro conjunto de bilhetes da nossa colecção ao jeito de poster diz respeito ao período de final 1993 a 1996. São quase quarenta concertos onde há um pouco de tudo, de Heroes del Silencio a George Martin, passando pelo Abrunhosa. Curiosos os de Radiohead na primeira parte dos James (28 de Novembro de 1993), com um Tom York feliz a cantar de um dos camarotes laterais ou um dos últimos espectáculos dos galeses Manic Street Preachers (6 de Dezembro de 1993) ainda com o guitarrista Richard Edwards que viria a desaparecer ipsis verbis em Fevereiro de 1995. Estivemos, claro, na noite dos Nirvana em Cascais, um grande abanão de rock com um Cobain sóbrio e inspirado. Reparamos que já em 1994 demos cinco contos e trezentos para ver o Brian Ferry do balcão do Coliseu ou cinco contos e duzentos para a estreia dos Cult (9 de Novembro de 1994) no mesmo local! O Cinema do Terço, entretanto demolido e situado junto ao Marquês, serviu de palco para surpreendentes noites de música organizadas pela Concertos de Portugal: Hector Zazou com Harold Budd (1 de Outubro de 1994) ou John Zorn (10 de Março de 1995). Tudo muito ecléctico, mas logo abaixo estão acessos a madrugadas de Queima com Ágata e Nel Monteiro ou Jesus & Mary Chain e Lloyd Cole... Há por aqui muitas desilusões e euforias: no primeiro grupo estão as apresentações dos Cocteau Twins, dos Everything But The Girl ou Siouxsie & The Banshees (18 de Março de 1995), todas uma lástima, mas compensadas por momentos triunfantes e arrebatadores como os de Nick Cave (11 de Julho de 1993) ou David Byrne. Continuamos fãs convictos dos Madredeus e dos Xutos, marcando presença nos 15 anos da banda no Coliseu e aderimos até à noite organizada para evitar que a Igreja do Reino de Deus comprasse a sala emblemática da cidade (3 de Dezembro de 1995). Quanto aos In The Nursery ou Gallianno estamos em branco, mas sobre os Fura Dels Baus no pavilhão do Boavista recordamos muito bem as tropelias perigosas com motas e uma intensidade anormal duma cenografia chamada "MTM". No tempo em que havia festivais temáticos na Invicta como o Intercéltico, um evento anual e com tradições que, incompreensivelmente, a cidade não soube preservar, são bem vivas as imagens de Cesária Évora a fumar em palco e aplaudida em pé ou os fabulosos Chieftains. Saíram caros os serões de jazz com Ornette Colmen ou Stanley Clark/Al Di Meola/Jean Luc Ponty (13 de Outubro de 1996) mas dar cinco contos e quinhentos para ver os Rolling Stones (24 de Julho de 1995) no relvado de Alvalade numa segunda feira calorenta era um preço muito em conta. A terminar duas referências, no nosso caso, obrigatórias: os The Smashing Pumpkins em Cascais (2 de Maio de 1995), uma noite molhada mas memorável e que, diz-se, terá edição oficial em disco e uma ida até Celorico da Beira para um torneio de voleibol à mistura com muito vinho e cerveja e que parece teve os Entre Aspas a cantar num palco no meio da praça, mas de que, obviamente, se apagaram as memórias logo no dia a seguir...

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