segunda-feira, 29 de setembro de 2008

CULTO #5


BURT BACHARACH & ELVIS COSTELLO
Prestamos hoje culto ao disco “Painted from Memory” que estes dois magos da pop gravaram há dez anos. É com toda a certeza o álbum que mais vezes ouvimos no Ipod ou até no conforto do lar e sempre com efeitos positivos. É um estimulante, um relaxante, funcionando em muitos momentos como um verdadeiro cházinho aconchegante. Se não o conhecem, não sabem o que perdem... Esta magnífica colaboração é um culminar de um projecto inicial mais reduzido mas que, devido ao entusiasmo de ambos, resultou em algo mais duradoiro e consistente. Bacharach já não gravava há vinte e um anos e Costello mantinha, na altura, um silêncio de quase dois anos. Sendo um verdadeiro fã de Bacharach, mestre arranjador, Costello foi o principal impusionador desta aventura, embora todas as letras e músicas estejam creditadas a ambos. Do disco, não sabemos escolher o melhor tema, só funcionando em pleno quando há tempo para o ouvir de uma ponta à outra . No Ipod ainda acrescentamos quase outro disco, com os lados B dos singles e faixas ao vivo editadas em 1999 numa versão bonificada do disco que comemorava a então digressão mundial. Para além disso, saiu quase paralelamente um outro disco (“The Sweetest Punch”) com versões jazz dos temas da responsabilidade de Bill Frissell mas que, obviamente, não chega oas calcanhares dos originais, apesar das colaborações do próprio Costello e Cassandra Wilson. Quando foi possível, pedimos a mão amiga para “arranjar” via internet, o magnífico documentário ao vivo chamado “Sessions From W.54th”, gravado em 1998 com uma orquestra e com Bacharah a comandar o conjunto sentado ao piano. Nessa visualização percebe-se ainda melhor toda a beleza dos temas, a voz imensa de Costello, numa complementaridade que muito poucas vezes a pop music conseguiu atingir. Em 2004 tivemos a oportunidade de ouvir e ver Costello juntamente como o seu pianista Steve Vie, sentados nas primeiras filas do Coliseu do Porto. Os momentos maiores e inesquecíveis foram precisamente a interpretação de muitas destas canções, apesar de Costello ter na altura um grande disco (“North”) em mãos. Então quando Costello sem amplificação e sem qualquer acompanhamento se lançou a “I Still Have That Other Girl”, o tempo parou... Um disco eterno, editado faz hoje precisamente dez anos, que não nos cansamos de ouvir e que, mais uma vez, nos serve hoje de presente de aniversário!

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