segunda-feira, 16 de março de 2009

METRONOMY + MODERNAIRE, Clubbing/Casa da Música, 14 de Março de 2009


A julgar pelo entusiasmo com que os Metronomy foram recebidos na Casa da Música, devemos estar perante mais um fenómeno de culto nacional. Enganados estávamos quanto à estreia dos ingleses de Manchester em Portugal e no Porto, já que, como foi afirmado, a banda já cá esteve há uns anos (onde? quando?), passagem rotulada de memorável e recordada com saudade. Contudo, o concerto de sábado será motivo ainda de maior saudação. Os três músicos multiplicaram-se e desdobraram-se em sintetizadores, guitarras, baixo eléctrico ou saxofone, numa sequência centrada no último disco e donde brotaram canções que são já clássicos modernos. Surpreendente o coro colectivo em muitos desses temas, mais notórios nos singles “Heartbreaker”, “A thing For Me” e, principalmente, em “Rádio Ladio”. Submersos numa penumbra estratégica, o trio sinalizou a sua presença com uma luz pendurada ao pescoço de cada um, numa cenografia combinada com poses e gestos simultâneos a la Devo ou Beck. Excelente prestação, que ao vivo faz ainda maior mossa, donde ressalta, sem dúvida, alguma originalidade na composição pop de tratamento eléctrico, o que se tornou claro na onda dançante que percorreu a sala vermelha da CDM. Um concerto ao rubro!
Quanto aos, melhor, às Modernaire, poder-se-á dizer que foi um espectáculo curioso! A banda vive da prestação vocal de duas irrequietas e provocadoras vocalistas de estilo gótico, num misto algo estranho de electro pop e harmonias vocais. A isto junta-se, algumas vezes, um pequeno violoncelo tocado por uma das moças. Certamente metidas no mesmo voo proveniente de Manchester que trouxe também os Metronomy, a banda mostrou-se já bastante rodada em palco e em aceleração, talvez devido ao adiantado da hora. Ainda sem álbum gravado, mas já com alguns EP’s, as Modernaire mostraram-se imparáveis na interacção com o público a que não devem ser alheias anteriores experiências ao vivo com bandas como os Friendly Fires, The Whip, Tin Tings ou Ratatat. Ao pouco público que inicialmente ocupava a frente do palco foi-se juntando uma massa maior de curiosos em perceber o que se passava. Ainda hoje não é fácil concluir sobre essa precepção, já que, se em alguns dos temas existe qualidade, noutros a “coisa” chega a roçar o inaudível. Merecem, assim, uma segunda oportunidade!


(video HugTheDj + videos)

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